Cidades romanas onde a história do Império ainda vive
Muito além dos livros e museus, existem lugares que contam a história do Império Romano em suas ruas, monumentos, museus e costumes. Neste artigo, te convidamos a descobrir cidades que fizeram parte do Império Romano e que, até hoje, preservam monumentos, vestígios arqueológicos e arquiteturas clássicas que atravessaram os séculos.
Se você é apaixonado por turismo histórico e história romana não pode deixar de explorar estes destinos!
Siracusa: Um encontro entre Roma e a Grécia
Localizada na costa sudeste da Sicília, Siracusa foi uma antiga metrópole mediterrânea grega, fundada em 734 a.C. que foi conquistada pelos romanos em 212 a.C.. Até hoje, a cidade carrega essa história em seus detalhes.
Anfiteatro Romano de Siracusa
O Parque Arqueológico de Neápolis é um exemplo vivo da fusão Roma-Grécia. Lá, o anfiteatro romano de Siracusa (o maior da Sicília) impressiona pela sua grandiosidade. Esculpido parcialmente na rocha, abrigava lutas de gladiadores e espetáculos cênicos, como mostra a vala central utilizada para efeitos mecânicos. É possível caminhar entre suas arquibancadas.
Catacumbas de San Giovanni
O subterrâneo da cidade também tem história romana, mais precisamente nas Catacumbas de San Giovanni, um labirinto de sepulturas cristãs do período romano. Escavadas nos séculos IV e V d.C., elas guardam inscrições em grego e latim, arcos decorados e resquícios das primeiras manifestações da fé cristã sob o império.
Museu Arqueológio Paolo Orsi
O Museu Arqueológio Paolo Orsi também traz muita história romana, e seu acervo inclui desde artefatos da época clássica até esculturas romanas, sarcófagos esculpidos com cenas bíblicas e uma notável cabeça do imperador Augusto.
Positano
Muito antes de se tornar uma cidade famosa pelo turismo mediterrâneo, a cidade de Positano foi escolhida pelos romanos para ser base da fundação de uma vila patrícia. Passou por um período de decadência no século XIX, mas renasceu no século XX; também passou por terremotos no século XVI e XVII, que acabaram deixando suas marcas na cidade.
Museu Arqueológico Romano (MAR) Positano
Sob a encantadora Igreja de Santa Maria Assunta, foi descoberta uma preciosidade arqueológica: a Villa Romana di Positano, uma luxuosa residência do século I d.C., soterrada pela mesma erupção do Vesúvio que destruiu Pompeia e Herculano.
Hoje, esse sítio arqueológico transformado em museu, o MAR Positano, que permite aos visitantes caminhar por passarelas de vidro sobre os frescos preservados do triclinio (sala de banquetes), admirando pinturas em tons de vermelho, ocre e azuis, além de mosaicos e utensílios da época imperial.
Lyon: A poderosa Lugdunum da Gália
Lyon fica no sudeste da França, e foi fundada em 43 a.C. com o nome de Lugdunum, possivelmente em homenagem ao deus celta Lug, senhor da luz. A cidade foi a capital da Gália Romana e um dos centros políticos, religiosos e comerciais mais importantes do Império no Ocidente.
Lugdunum tornou-se sede do Conselho das Três Gálias, que reunia anualmente representantes de 60 tribos para renovar sua aliança com Roma. Ao longo dos séculos, transformou-se em um polo urbano sofisticado, com infraestrutura monumental à altura das grandes cidades do império.
Teatros Romanos de Lyon
Hoje, o legado romano de Lyon está vivo em diversos pontos da cidade, especialmente na colina de Fourvière, onde ficam os impressionantes Teatros Romanos de Lyon. O Grande Teatro, construído no século I a.C., tinha capacidade para até 10 mil espectadores, e ainda hoje recebe apresentações durante o festival “Nuits de Fourvière”, unindo arte contemporânea à arquitetura milenar. Ao lado dele, o Odéon, mais intimista, conserva pisos luxuosos em mármore colorido.
Amphithéâtre des Trois Gaules
Outro destaque é o Amphithéâtre des Trois Gaules, local simbólico onde foram martirizados os primeiros cristãos de Lyon em 177 d.C., entre eles, Santa Blandina. Ainda que apenas parte da estrutura esteja visível, o espaço integra um jardim público e conserva um memorial silencioso de forte valor histórico.
Museu Lugdunum
O Museu Lugdunum, instalado de forma discreta e moderna ao lado dos teatros, possui galerias subterrâneas com mosaicos, estátuas, artefatos cotidianos e documentos raros como a Tábua de Lyon, inscrição em bronze de um discurso do imperador Cláudio.
Dijon: Vestígios romanos entre vinhedos
Dijon é uma cidade francesa famosa por seus vinhos premiados e gastronomia que também guarda uma história de passado romano. Antes de se tornar a capital do poderoso Ducado da Borgonha, a cidade era conhecida como Divio, um assentamento romano localizado em uma importante rota entre Lugdunum (Lyon) e Lutetia (Paris).
Castrum romano
Embora não tenha sido fundada pelos romanos, Dijon foi marcada por séculos de romanização da cultura gaulesa, especialmente em aspectos como a religião, o idioma e a organização urbana. No final do Império, por volta dos séculos III e IV, a cidade foi fortificada com um castrum romano, uma muralha defensiva retangular construída para protegê-la contra as invasões bárbaras. Hoje, esse traçado ainda pode ser percebido no desenho das ruas do centro histórico, como a rue Longepierre e a rue du Bourg.
Torre de Petit-Saint-Bénigne
A única estrutura visível que restou dessa fortificação é a Torre de Petit-Saint-Bénigne, uma torre de 9 metros de altura situada nos fundos da catedral de Dijon. Classificada como monumento romano histórico desde 1922, ela é uma das provas materiais da presença romana tardia na cidade.
Museu Arqueológico de Dijon
Outra atração imperdível para quem gosta de turismo histórico é o Museu Arqueológico de Dijon, instalado em uma antiga abadia medieval. Seu acervo reúne relíquias que vão da pré-história à era merovíngia, com destaque especial para os relevos funerários da época romana, que retratam cenas do cotidiano. Muitas dessas peças foram encontradas reaproveitadas nas fundações da própria muralha romana e hoje estão restauradas com riqueza de detalhes.
Palermo: Influência romana entre mesquitas e catedrais
Palermo, ou Panormus como era conhecida em sua fase romana, é capital da Sicília. Foi fundada por fenícios no século VIII a.C. e dominada por cartagineses, a cidade foi conquistada pelos romanos em 254 a.C., durante as Guerras Púnicas. Embora sua importância tenha sido secundária dentro do império, Panormus manteve um papel estratégico no comércio marítimo do Mediterrâneo, integrando a Sicília às redes comerciais e culturais de Roma.
Villa Bonanno
Quem visita Palermo hoje pode encontrar resquícios dessa ocupação romana na Villa Bonanno, um pequeno parque situado defronte ao Palácio dos Normandos, no coração da cidade. Ali, existem escavações que revelam mosaicos de chão bem preservados, datados entre os séculos II e III d.C., provavelmente pertencentes a uma villa urbana ou edifício termal.
Entre as figuras mais notáveis, destacam-se representações das Quatro Estações e de Orfeu encantando os animais, hoje protegidas no museu local, mas visíveis em parte no próprio local.
Museu Arqueológico Regional Antonio Salinas
O Museu Arqueológico Regional Antonio Salinas aprofunda essa conexão com o passado romano. Considerado o mais importante museu da Sicília, abriga uma vasta coleção de artefatos romanos escavados em Palermo e no oeste da ilha, como ânforas, bustos imperiais, sarcófagos decorados e objetos do cotidiano. Há também achados submarinos, testemunhos do intenso tráfego marítimo que passava pela costa de Panormus.
Via Vittorio Emanuele
Mesmo que poucos monumentos romanos permaneçam de pé, a influência de Roma ainda se manifesta na trama urbana da cidade antiga: a movimentada Via Vittorio Emanuele, por exemplo, segue o traçado do antigo decúmano máximo romano.
Reggio Calabria: Ruínas e mosaicos no sul da Itália
Na ponta da Península Itálica, separada da Sicília apenas pelo Estreito de Messina, Reggio Calabria, conhecida na Antiguidade como Rhegium, foi uma importante aliada de Roma e exerceu papel estratégico nas rotas navais e terrestres do Império.
Terme Romane do Lungomare
Hoje, o maior testemunho visível dessa era são as Terme Romane do Lungomare, um complexo termal do século II–III d.C. situado à beira-mar, com vista para o Estreito de Messina. O sítio arqueológico preserva piscinas aquecidas, ambientes com afrescos marinhos e um elegante mosaico em preto e branco, composto por calcário e pedra vulcânica das ilhas Eólias.
Museu Arqueológico Nacional de Reggio Calabria
Além disso, o Museu Arqueológico Nacional de Reggio Calabria, embora mais conhecido pelos famosos bronzes gregos de Riace, abriga um acervo valioso da era romana: cerâmicas, moedas, inscrições, urnas e mosaicos de antigas vilas da região. Entre os destaques, estão peças vindas da Villa de Casignana, uma propriedade romana com termas decoradas que revelam o estilo de vida sofisticado nas províncias do sul.
Budapeste: Aquincum, a Roma do Danúbio
Muito antes de se tornar a capital da Hungria, Budapeste era uma fronteira estratégica do Império Romano. Na margem direita do Danúbio, onde hoje fica o distrito de Óbuda, foi criada sobn o nome de Aquincum, uma cidade romana que chegou a abrigar cerca de 40 mil habitantes e desempenhou papel central na província da Panônia Inferior.
Seu nome é derivado de “aqua”, fazendo referência a um dos principais atrativos da cidade: as águas termais, que continuam a atrair visitantes à capital húngara até hoje. A cidade é também associada ao imperador Marco Aurélio, que teria escrito partes de suas Meditações ali, durante as campanhas marcomanas
Parque Arqueológico de Aquincum
Atualmente, o Parque Arqueológico de Aquincum preserva essas ruínas a céu aberto. É possível caminhar por ruas pavimentadas originais, explorar os alicerces de casas com mosaicos e visitar o fórum. Destaque especial para dois anfiteatros: o militar, com capacidade para até 12 mil pessoas, e o civil, menor e mais intimista. No museu anexo, interativo e moderno, estão expostos milhares de artefatos, entre eles, o notável órgão hidráulico de Aquincum, um raro instrumento musical da Roma antiga.
Contra-Aquincum
Na margem oposta do Danúbio, na atual Peste, encontra-se outro vestígio pouco conhecido: o Contra-Aquincum, um forte romano tardio que protegia a travessia fluvial. Embora mais modesto, com apenas trechos de muralhas e fundações de torres visíveis, ele reforça o papel de Budapeste como ponte entre a civilização romana e os povos da planície húngara.
Mesmo após o fim do domínio romano, o legado de Aquincum seguiu vivo. A cristianização trouxe o alfabeto latino, e escavações arqueológicas continuam revelando moedas, cerâmicas e objetos do cotidiano, provando a profundidade da influência romana na região.
Taormina: Teatro com vista para a eternidade
Fundada pelos gregos como Tauromenium, a cidade foi incorporada ao Império Romano após a Primeira Guerra Púnica, em 212 a.C., e passou a exercer tanto funções estratégicas quanto culturais no domínio imperial.
Teatro Antigo de Taormina
O símbolo máximo dessa transição é o Teatro Antigo de Taormina, originalmente grego, mas reformado e ampliado pelos romanos no século II d.C. Com capacidade para até 5 mil espectadores, o teatro foi adaptado para espetáculos de gladiadores e caçadas com animais, incorporando elementos típicos da engenharia cênica romana. Hoje, ele é o segundo maior teatro antigo da Sicília e continua em pleno uso, recebendo apresentações, concertos e o famoso festival de cinema da cidade.
Odeon Romano
Mas os vestígios do Império Romano não se limitam ao grande teatro. Perto da Igreja de Santa Catarina, o visitante pode encontrar o Odeon Romano, um pequeno teatro semicoberto construído no reinado de Augusto, destinado a apresentações íntimas como recitais e concertos.
Naumachia
Outro ponto curioso é a chamada Naumachia, um longo muro de tijolos aparentes com nichos arcados, erroneamente associado a batalhas navais, mas que provavelmente servia como base de um terraço monumental ou reservatório. Datada do século II, essa estrutura é visível a céu aberto na Via Naumachie, com trechos preservados e adornados pela vegetação local.
Bratislava: No caminho das legiões romanas
Bratislava é a capital da Eslováquia, situada às margens do Danúbio (um dos limites naturais da Roma Antiga), a cidade, então chamada de Posonium, fazia parte da vasta rede de fortificações romanas na fronteira norte do império, conhecidas como o Limes Danúbio.
Gerulata
A prova mais concreta dessa presença está em Gerulata, no atual bairro de Rusovce, ao sul da cidade. Esse antigo forte romano, construído no século II d.C., abrigava unidades auxiliares de infantaria e cavalaria encarregadas de proteger a região de incursões bárbaras e garantir a estabilidade das rotas comerciais. Ali, os visitantes encontram hoje um parque arqueológico com os alicerces do forte, partes da via principal, vestígios de portões e muralhas que ultrapassavam dois metros de espessura.
Museu de Gerulata
O museu de Gerulata, anexo ao sítio, preserva uma coleção valiosa de objetos da vida militar romana: altares votivos, inscrições funerárias de soldados, cerâmicas, armas e utensílios domésticos. É um espaço didático que permite compreender como viviam os legionários nas bordas do império. Em 2021, o local foi reconhecido como Patrimônio Mundial da UNESCO, em conjunto com outros fortes do Limes romano, ressaltando sua importância arqueológica.
Ainda que o centro histórico de Bratislava não conserve edifícios romanos visíveis, a influência do império permanece no traçado urbano, em nomes de ruas, como a “Romerské námestie” (Praça Romana), e em eventos culturais que celebram esse passado com encenações de batalhas, trajes de legionários e atividades educativas. É uma presença mais sutil, mas profundamente enraizada.
Veja de perto a história do Império Romano com a JAP Roteiros
O Império Romano pode ter caído há séculos, mas sua grandiosidade segue viva em cidades como Lyon, Sicília e Danúbio, nos detalhes arquitetônicos que resistiram ao tempo e nos objetos conservados que contam histórias antigas.
Esses (e muitos outros) destinos fazem parte dos roteiros da JAP, planejados para quem valoriza o conhecimento, a beleza e a experiência de viajar com muito conforto. Te convidamos a ver a história com os próprios olhos!
Escolha o seu próximo destino para ver de perto os monumentos romanos:
- Roteiro Leste Europeu: Budapeste, Bratislava.
- Você visitará também: Viena, Praga, Dresden e Berlin.
- Roteiro Sicília e Calábria: Siracusa, Palermo, Reggio Calabria, Taormina.
- Você visitará também: Catânia, Scilla, Bagnara e Tropea
- Roteiro Interior da França: Lyon, Dijon.
- Você visitará também: Reims, Épernay, Metz, Estrasburgo, Colmar, Beaune, Annecy e Paris.
- Roteiro Costa Amalfitana e Puglia: Positano.
- Você visitará também: Sorrento, Capri, Amalfi, Paestum, Bari, Matera, Alberobelo, Lecce, Otranto.
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