Como levar remédios em viagem internacional: guia prático

Quem depende de medicamentos contínuos ou utiliza dispositivos de uso médico precisa ter atenção redobrada na hora de arrumar as malas. Você pode transportar medicamentos no avião, mas é preciso atenção em algumas questões como: onde e como levar, quantidades e documentações.

Neste guia da JAP Roteiros, você encontra respostas rápidas, checklists e orientações práticas sobre como levar remédios em viagem internacional, o que pode ir na mala de mão, o que considerar na mala despachada, além de cuidados com CPAP, medidores e outros dispositivos médicos.

Posso levar remédio na mala de mão em voo internacional?

Sim, o mais indicado é que você carregue os medicamentos na mala de mão. A recomendação é: mantenha tudo na embalagem original com rótulo legível, leve receita ou carta médica preferencialmente em inglês e transporte quantidade compatível com uso pessoal. Use uma bolsa de remédio para viagem organizada e fácil de inspecionar caso seja necessário.

Medicamentos de uso contínuo devem sempre ser transportados na mala de mão para garantir fácil acesso e evitar maiores problemas em caso de bagagem extraviada.

O que pode ser levado na bagagem de mão

  • Medicamentos líquidos ou em comprimido;
  • Termômetros digitais (sem mercúrio);
  • Aparelhos como CPAP, glicosímetros, oxímetros, inaladores, bombas de insulina;
  • Seringas, agulhas e frascos com insulina;
  • Cápsulas, pomadas, sprays nasais, colírios, entre outros itens de uso médico.

O que não pode

  • Termômetros com mercúrio;
  • Quantidades acima do necessário para o período da viagem sem justificativa;
  • Medicamentos controlados sem receita médica com tradução.

Como levar do jeito certo

  • Documentos à mão: receita nominal e, quando possível, uma carta simples do médico com diagnóstico e posologia.
  • Líquidos, géis e refrigeração: podem ir na cabine quando forem medicamente necessários. Tenha a prescrição acessível e informe no raio X. Se precisa de frio, leve bolsa térmica e gel packs e evite gelo seco ou recipientes com líquidos soltos.
  • Quantidade adequada: leve o suficiente para toda a estadia, mais uma pequena margem. Fracione em frascos menores quando fizer sentido.
  • Mala despachada com cautela: só para itens não essenciais ou de apoio. Evite despachar o que você não pode ficar sem.

Atenção: medicamentos líquidos, mesmo acima de 100ml, são permitidos na bagagem de mão quando acompanhados de prescrição médica. Mas, se for possível, respeite sempre o limite de 100ml para líquidos.

Passageira guardando bolsa com medicamentos no compartimento de malas do avião.

Posso levar remédios na mala despachada?

Pode, mas não é o ideal. Em viagens internacionais, remédios de uso contínuo e essenciais devem ficar na bagagem de mão. A mala despachada serve somente como backup para itens não críticos, pois há risco de extravio, atrasos e variação de temperatura.

Quando faz sentido despachar

  • Excedente do que está na mala de mão
  • Itens não essenciais de curto uso
  • Suplementos, curativos e acessórios sem necessidade imediata

Quais remédios não posso levar?

Não existe uma lista única válida para todos os países. As regras mudam conforme o destino. Por isso é importante verificar o site do consulado ou da embaixada de cada destino para verificar quais medicamentos são proibidos. A dipirona, por exemplo, é proibida nos Estados Unidos e Japão.

Como verificar se seu remédio é permitido

  1. Identifique o princípio ativo no rótulo. Evite pesquisar só pelo nome comercial.
  2. Consulte o site da embaixada ou do órgão sanitário do país de destino. Procure por “medication for personal use” ou “controlled medicines”.
  3. Se houver controle, leve receita com seu nome e, se possível, carta médica em inglês explicando diagnóstico, dosagem e duração do tratamento.
  4. Transporte quantidade compatível com o período da viagem, preferencialmente até 30 ou 90 dias conforme o destino.
  5. Mantenha tudo na embalagem original e pronto para apresentar na inspeção.

Bolsa com medicamentos em suas caixas originais para transporte em avião internacional.

Dispositivos médicos (CPAP, insulina, seringas, medidores)

Assim como os medicamentos, é importante levar estes dispositivos e insumos médicos na bagagem de mão, com documentação e embalagem adequada. Baterias sobressalentes devem ir sempre na cabine.

CPAP, APAP, e BiPAP

  • Em muitas companhias estes dispositivos são tratados como equipamentos médicos e podem ir como item extra. Confirme a política da sua aérea.
  • Leve laudo ou carta médica descrevendo o equipamento e a necessidade de uso.
  • Para usar durante o voo, avise com antecedência e verifique se o modelo é aprovado para uso a bordo. Tomadas a bordo nem sempre estão disponíveis.
  • Transporte mangueiras e máscara em estojo rígido. Leve bateria externa adequada caso pretenda usar sem tomada.

Diabetes: insulina, canetas, agulhas, glicosímetros e bombas

  • Insulina e canetas devem ir na mala de mão para evitar calor e frio extremos. Use bolsa térmica com gel packs e não congele.
  • Em condições normais, frascos e canetas podem passar no raio X. Se preferir, solicite inspeção manual.
  • Agulhas e seringas podem ir na cabine quando acompanhadas de prescrição nominal e identificação do medicamento. Leve um recipiente rígido para descarte.
  • Bomba de insulina e sensores: leve insumos extras, pilhas ou baterias, e a carta médica. Alguns fabricantes recomendam evitar raios X no equipamento. Se for o seu caso, opte por inspeção manual.
  • Ajuste de fuso horário: leve o plano de doses orientado pelo seu médico.

Outros dispositivos úteis

  • Medidor de pressão, oxímetro, inaladores, nebulizador: podem ir na mala de mão ou despachada. Prefira a cabine para evitar danos e tenha as pilhas ou baterias separadas.
  • EpiPen e autoinjetores: mantenha acessíveis, com receita e carta médica.

Baterias de lítio e energia

  • Baterias sobressalentes de íon de lítio devem ir apenas na bagagem de mão, com terminais protegidos contra curto-circuito.
  • Como regra geral, baterias até 100 Wh costumam ser aceitas sem aprovação. Entre 100 e 160 Wh normalmente exigem autorização prévia da companhia. Acima disso, em geral não são permitidas. Confirme com a aérea antes do voo.
  • Leve adaptadores de tomada para o destino e, se necessário, extensão curta para uso em hotéis.

Documentos que agilizam a inspeção

  • Prescrição nominal com princípio ativo e dosagem.
  • Carta médica simples em português e inglês, descrevendo diagnóstico, necessidade do dispositivo e instruções de uso.
  • Embalagem original com rótulo legível e identificação do fabricante.

Remédios controlados e substâncias restritas

Se você faz uso de remédios controlados, é importante levar documentação que comprove uso pessoal e respeitar as regras do país de destino. A base é simples: receita nominal, carta médica e quantidade compatível com a viagem. Leve sempre na bagagem de mão.

O que costuma ser controlado

  • Opioides e derivados: codeína, morfina, tramadol
  • Benzodiazepínicos e ansiolíticos: clonazepam, diazepam, alprazolam
  • Estimulantes para TDAH: metilfenidato e anfetaminas
  • Descongestionantes com pseudoefedrina
  • Produtos com cannabis: THC e, em muitos países, também CBD
  • Hormônios injetáveis e anabolizantes

Como comprovar uso pessoal

  • Receita nominal com princípio ativo, dosagem, posologia e duração do tratamento
  • Carta médica simples em português e inglês explicando diagnóstico, necessidade do medicamento e dispositivos associados
  • Embalagem original com rótulo legível
  • Quantidade compatível com o período da viagem, com pequena margem de segurança
  • Cópias impressas e digitais dos documentos

Autorização prévia: quando é necessária

Alguns destinos podem solicitar permissão antecipada para entrar com substâncias controladas, como Emirados Árabes, Japão e Austrália.
Passo a passo sugerido:

  1. Verifique o site da embaixada ou do órgão sanitário do país
  2. Reúna receita, carta médica, cópia do passaporte e bilhetes
  3. Envie o formulário com antecedência e leve a autorização impressa para apresentar na imigração

No aeroporto e na imigração: como evitar problemas

  • Leve os medicamentos na cabine e separados em uma bolsa transparente
  • Declare espontaneamente no raio X se carregar seringas, canetas de insulina ou volumes maiores de líquidos médicos
  • Mantenha os frascos com rótulo. Evite organizadores sem identificação para remédios controlados
  • Se preferir, peça inspeção manual em vez de passar certos dispositivos pelo raio X
  • Não misture comprimidos de marcas diferentes no mesmo frasco

Quantidade e limites

Os limites variam por país. Como referência prática, muitos destinos aceitam estoque para 30 a 90 dias de uso pessoal, desde que bem documentado. Confirme sempre a regra local antes de embarcar.

Se o medicamento for proibido no destino

  • Converse com seu médico sobre alternativas terapêuticas permitidas
  • Verifique se existe permissão excepcional que você possa solicitar
  • Avalie a possibilidade de obter o medicamento no destino com receita local, quando a legislação permitir

Leia também: Seguro viagem é obrigatório para roteiros internacionais?

O que preparar antes da viagem?

Para viajar com tranquilidade levando seus medicamentos, organize cinco itens: prescrição nominal em português e inglês, carta médica, quantidade compatível com a viagem, lista impressa dos remédios e seguro viagem com cobertura adequada.

Documentos que não podem faltar

  • Prescrição nominal com princípio ativo, dosagem, posologia e duração. Inclua versão em inglês, assinatura e carimbo do médico.
  • Carta médica simples com diagnóstico, necessidade de uso dos medicamentos e de dispositivos como CPAP, canetas de insulina, seringas ou autoinjetores.
  • Declaração da companhia aérea (quando aplicável) para transporte de cilindros de oxigênio ou equipamentos maiores, consulte a companhia aérea com antecedência, pois podem exigir formulários próprios.
  • Cópias impressas e digitais. Salve em PDF no celular e na nuvem para acesso rápido durante a inspeção.

Quantidade e organização

  • Quantidade compatível com a estadia, com pequena margem de segurança. Como referência prática, duração da viagem mais 7 a 10 dias extras.
  • Embalagem original com rótulo legível. Evite transferir para frascos sem identificação.
  • Use uma bolsa de remédio para viagem transparente, com divisórias e sacos zip etiquetados por horário de uso.
  • Planeje o fuso horário. Anote o ajuste de horários de tomada e configure alarmes no celular.

Itens que pedem cuidados especiais

  • Medicamentos refrigerados. Leve na cabine em bolsa térmica com gel packs e a carta médica indicando necessidade de refrigeração.
  • Perfurocortantes. Seringas e agulhas vão com prescrição nominal e, de preferência, com recipiente rígido para descarte.
  • Dispositivos e baterias. Baterias de íon de lítio sobressalentes devem ir apenas na bagagem de mão, com terminais protegidos.

Erros comuns a evitar

  • Levar tudo na mala despachada: Essenciais e de uso contínuo ficam na mala de mão. Use o porão só para backup bem protegido.
  • Remédios sem rótulo ou sem receita: Mantenha na embalagem original e leve receita nominal. Se possível, inclua versão em inglês e carta médica.
  • Quantidade incompatível com a viagem: Leve o necessário para todo o período, com pequena folga. Excesso pode gerar suspeita; falta compromete o tratamento.
  • Ignorar regras do país de destino: Substâncias controladas variam por país. Consulte embaixada/autoridade sanitária e confirme permissões antes de embarcar.
  • Esquecer o ajuste de fuso horário: Planeje as tomadas com o médico, registre novos horários e programe alarmes para não pular doses.
  • Desconsiderar necessidade de refrigeração: Insulina e termolábeis na cabine, em bolsa térmica com gel packs. Não congele e não despache no porão.
  • Levar baterias de lítio no porão: Baterias sobressalentes vão apenas na bagagem de mão, com terminais protegidos. Verifique limites de Wh com a companhia.
  • Misturar comprimidos em um único frasco: Evite organizadores sem identificação para controlados. Rótulo legível reduz questionamentos na inspeção.
  • Não declarar itens especiais no raio X: Seringas, canetas de insulina e volumes médicos de líquido devem ser informados. Peça inspeção manual se necessário.
  • Viajar sem cópias dos documentos: Tenha receita e carta médica impressas e em PDF no celular. Isso agiliza qualquer conferência.

Tenha orientação personalizada para levar seus medicamentos

Viajar com medicamentos e dispositivos médicos é totalmente possível. Com um pouco de planejamento você garante tranquilidade e autonomia para uma viagem sem contratempos.

Nos roteiros internacionais da JAP, você tem mais comodidade: conte com orientação personalizada de nossos consultores e concierges, que vão auxiliar sobre a melhor forma de preparar e levar os medicamentos na viagem e tirar todas as suas dúvidas.

Eles irão ajudar você a:

  • Checar regras do país de destino e da companhia aérea
  • Preparar receita e carta médica em português e inglês
  • Montar a bolsa de remédio para viagem e o checklist da bagagem de mão
  • Coordenar necessidades especiais como CPAP, insulina e baterias

Com roteiros planejados nos mínimos detalhes, inclusive para quem viaja com necessidades médicas específicas, garantimos que a sua única preocupação seja aproveitar cada momento da viagem!

Pronto para viajar com segurança e aproveitar cada momento? Fale com a JAP e conheça nossos roteiros internacionais com curadoria, conforto e suporte em cada etapa da sua jornada.